"A Palavra é do Tempo, o Silêncio da Eternidade"

24 de maio de 2007

MAX HAVELAAR

ritualcafe.wordpress.com


"O homem cujo conhecimento das Índias Orientais Holandesas se confina a Java não pode ter uma ideia mais correcta do Malaio, do Amboinense, do Battak, do Alfuro, do Timorense, do Dayak, do Bugi ou do Macassar do que se nunca tivesse saído da Europa; e para quem teve oportunidade de observar as diferenças entre esses grupos é frequentemente divertido ouvir as conversas - e desanimador ouvir os discursos!- de pessoas que adquiriram o seu conhecimeto dos negócios das Índias Orientais em Batávia ou Buitenzor."
In MULTATULI, Max Havelaar ou Os leilões de café da Companhia Holandesa de Comércio, Livraria Civilização Editora, Barcelos 1976, p. 269.
"Eduard Douwes Dekker, de pseudónimo literário Multatuli, nasceu em Amsterdão em 1820 e morreu em Nieder-Ingelheim em 1887. Em 1838 partiu para Java para trabalhar como funcionário administrativo. O que aí viu de exploração da população aotóctone, por parte dum regente indígena protegido pelo residente holandês, sensibilizou-o profundamente, de forma que decidiu tomar a defesa dos explorados. Foi em vão que o tentou no próprio local. Demitiu-se das suas funções e regressou à Holanda, onde se dedicou à literatura como modo de lutar pelos seus ideais de justiça. Daí o romance Max Havelaar ou Os leilões de café da Companhia Holandesa de Comércio (...), que foi o início da sua carreira e se tornou a sua obra mais conhecida."
Esta obra tornou-se um clássico para a civilização humana e, para os indonésios, foi um "raio de novo sol" que transformou profundamente a luta pela independência.